Friday, August 26, 2005

O mistérios insondáveis do copy/paste : )

Devo dizer que existem coisas que me intrigam... Isto das novas tecnologias é muito interessante e permite-nos grandes dissertações. Ora, estava eu à frente do meu pc qdo vejo uma mensagem de e-mail "fresquinho". Vou abrir e era da amnistia internacional... À partida, nada de especial tomando em consideração que mandei uma série de currículos para alguns sítios e a amnistia foi uma das felizes contempladas... Se pensam que eu ando a desperdiçar papel, selos e envelopes talvez tenham razão... Vou-me penitenciar por essa "maldade" com a mãe natureza... : )
A parte gira era que começava assim "cara Ana Geraldes"... Caso para dizer: "cuma"???
Na generalidade tava "profundo", dizia: "não gostava, contudo, que pensasse que esta é apenas mais uma carta tipo. Que nem sequer lemos o seu CV. Este não é o caso". Sim, e me meter o dedo na boca a ver se eu tenho dentes?!? De qualquer forma é curioso pensar que todos os "desgraçados" que mandaram currículos para lá receberam algo assim e que nem houve o cuidado de mudar o nome... São os mistérios insondáveis do copy/paste... Oh yeahhhhhh
Quem me dera ser constante,
Nos passos inseguros do meu caminhar…
Não mais me perder de tão ofegante,
Nas voltas estonteantes do meu pensar!

Outra ser – de espírito fulgurante! –
Ave solta no seu pujante esvoaçar! Mas,
Quanto mais almejo esse instante,
Mais me sinto trémula a hesitar…

É-me contrário todo o simplismo,
A arte de viver sem o cataclismo
De meditar apaixonadamente e sem fim…

Tantas vezes, ao parar, emudeço,
E por raiva frequentemente entorpeço
Nas voltas ébrias que dou dentro de mim…

Wednesday, August 24, 2005

Manancial do desassossego



Ardo nesta fogueira inquieta
Neste avesso da calma...
E sinto a noite encoberta
Pelos ardores da alma!...

Monday, August 22, 2005

Alma gémea

Juro pela minha saúde que ainda não vi essa bendita ou maldita (depende do ponto de vista) telenovela... No entanto, já me apercebi que existe uma "coisa" qualquer que anda a percorrer o país à procura da alma gémea... Devo confessar que a mim me parece ridículo e piroso. Uma pessoa quando sente não precisa de fazer uma "campanha publicitária" à volta disso, ou precisa?! Suponho que aquilo tenha algum prémio aliciante... Mesmo assim reitero a minha teoria de que aquilo é verdadeiramente deprimente!...
Se existe alma gémea eu não sei... Também não me vou pôr com dissertações acerca do tema... A única coisa que eu sei é que acho que encontrei a minha... ; )

As dores do mundo



Estava a indagar sobre este mundo... Sim, é verdade NÃO TENHO MAIS QUE FAÇA!!! E depois??? LOL
Apercebi-me que as pessoas são verdadeiros camaleões nesta selvática vivência do dia-a-dia... Basicamente mudam consoante a "vegetação", ou simplesmente consoante lhes dá mais jeito... Tenho observado as pessoas à minha volta, tanto as que conheço bem como as que não conheço (nem tenho o mínimo interesse em conhecer)... O facto é que têm atitudes perfeitamente descabidas e que não são mais do que um atropelo aos sentimentos dos demais que as rodeiam... Queria poder fazer algo, mas tenho em mim um sentimento de impotência atroz... Parece que tenho os pés e as mãos atados... Nem a minha habitual "compreensão empática" me parece valer de muito ante este cenário dantesco... No meu íntimo, há algo que me dói... E dói verdadeiramente porque já sofri e já tive as minhas dores... Sei que não é possível tomarmos as dores dos outros para nós, mas a mim também me custa... O sofrimento dos que estão à minha volta também me corrói por dentro... Queria ter "super-poderes", estalar o dedo e resolver os problemas todos num ápice... Infelizmente isso não existe e sinto-me triste...
Serve-me de "consolo" saber que a amizade é um bem precioso e que a posso oferecer em qualquer momento... Nas tristezas, nas alegrias e por toda a vida... Que eu sirva, ao menos, para amenizar os momentos menos bons de hoje e seja o ombro amigo para chorar os de amanhã...

Thursday, August 18, 2005

O que tinha de ser...



Porque foste na vida
A última esperança
Encontrar-te me fez criança
Porque já eras meu
Sem eu saber sequer
Porque és o meu homem
E eu tua mulher
Porque tu me chegaste
Sem me dizer que vinhas
E tuas mãos foram minhas com calma
Porque foste em minh'alma
Como um amanhecer
Porque foste o que tinha de ser...

Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Tuesday, August 16, 2005

UM SOPRO DE VIDA...

Um sopro de vida...
Um sorriso sempre presente...
Só tua omnipresença ofusca a tristeza
do teu corpo estar ausente...

Monday, August 15, 2005

Crónica de uma CONSEQUÊNCIA anunciada

COGITO, ERGO SUM (Penso, logo existo)... Por conseguinte, pela lógica: não penso, logo não existo!...
Assim, nos últimos tempos, deixei de existir umas vezes... Bolassssssssssssss

O Chico Esperto

Estava eu a "degustar" mais uma sessão do Gato Fedorento qdo me deparei com um "sketch" que me fez pensar... Coisa rara, pensarão vocês... Ai, ai!!! ; )
O cerne da questão era o facto de neste país a basófia ser, "qui ça", a principal causa de todas os males... Há por aí muito "Chico Esperto" que submetido ao "teste da basófia" ia dentro em três tempos... Depois de ver o "sketch" dei por mim a indagar sobre a pertinência de rever novamente o código de estrada e introduzir o "teste da basófia"... Graças ao Ricardo Araújo, esse "iluminado", e os seus pares despertei para esta triste realidade!
Além disso, vivemos num país em que nos prometem o céu e nos sentimos cada vez mais próximos do inferno!... Depois ainda dizem que somos os mais pessimistas da europa... Ò sim, nalguma coisa temos que ocupar os primeiros lugares do ranking, né?!? Mais do que nunca, o Fado, com a sua carga fatalista e nostálgica, parece ser a banda sonora dos nossos dias... Para quando o vislumbrar de uma luz ao fundo do túnel...? Nem que seja o do Marquês... ; )
Eu não queria ser mais uma, tipo "velho do Restelo" mas tá complicado!...
A única coisa que me dá ânimo é saber que ao menos em mim a bruma se dissipou...
Será que, em breve, deixarei de ser como o "velho do restelo"...? Isso não sei, mas pelo menos passarei pelo Restelo mais vezes... : )

Saturday, August 13, 2005

Halibut, essa GRANDE pomada...

Devo dizer que, de há uns tempos a esta parte, descobri as maravilhas do Halibut... LOL
É a chamada "pomada de uso universal", dá para tudo... No entanto, nem sempre esta "estonteante descoberta científica" é valorizada como devia... Lá diz nas indicações que aquilo também serve para "acelerar as cicatrizações"... Como eu, ultimamente, ando cheia de borbulhas resolvi, enquanto estava em casa, por o dito produto na testa para "exterminar" uma borbulha... Apliquei tipo "dose industrial" e ñ espalhei... Como eu sou uma rapariga muito jeitosa e até arrumo a casa (tretas), fui pôr o lixo à rua e esqueci-me do halibut... Para minha surpresa encontrei o sr. júlio, um velhote todo simpático, que começou a falar comigo... Qual a minha surpresa quando ele me pergunta "O QUE É ISSO QUE TEM NA TESTA", e com o dedo indicador vai "chafurdar" na minha borbulha... Resultado: deu-me cabo de horas de trabalho a tentar acertar com a pomada naquela borbulha (que mais parecia um unicórnio!)... Parece as crianças que não podem ver sem tocar com a mão!!! Deve ser por isso que dizem que a velhice é uma segunda meninice...
Em bom madeirense, eu diria: ÉS CUMA O "VILHÃO", NÃN PODI VER SEM TOCAR CA MÃO"... Ah, pois é...

Friday, August 12, 2005

Rosa Chá

Um dia destes aconteceu-me mais um episódio hilariante, daqueles que só acontece a mim... Depois de ir à Avenida da República à Air Luxor, resolvi andar um bocado a pé... Qdo dei por mim estava em picoas... Lá vou eu atravessar a passadeira qdo "oups" dou cabo da sandália... Nestas situações uma mulher é suposto manter o porte de gazela e o "ar" gracioso de qualquer top-model... Sim, porque essas escanzeladas tb caem de cima dos saltos-agulha de 12 cm... Afinal, ñ sou só eu... Eu ñ cai, mas ia torcendo o pézinho... Fiz de conta que não se tinha passado nada e parei para pensar... Só me ocorreu um pensamento: TOU LIXADA (para não dizer pior)!!! Sim, porque naquele centro comercial só devem aceitar o "golden card" e não o meu amarelo "táxi" da Nova Rede que parece que veio do iraque, de tão estragado que está!!!
Para azar da minha vida, lembrei-me que a única sapataria que havia pelas redondezas era propriedade da Catarina Furtado... Foi o desespero!!! A alternativa seria o quê??? As sandálias da colecção primavera-verão do José António Tenente, não?!
Onde é que tão os chineses quando uma pessoa precisa deles?! Eu só queria uns míseros chinelos... Eis que dei de caras com uma loja da ROSA CHÁ... Para quem não conhece a marca eu devo acrescentar que eu também nunca ouvi falar ... Entrei lá e eis que vi a luz: Havianas!!! Montes delas de todas as cores... Lindo mesmo foi arranjar o meu número...
É como diz o outro "NÃO TENHO SORTE NENHUMA"!!! : )
Finalmente lá saí de lá com uma havaianas laranja e as sandálias "acidentadas" num saco... Enfim, só mesmo a mim...

Thursday, August 11, 2005

A revolta dos pastéis de nata...

Confesso que eu e a "2" não temos uma grande intimidade... Lá via, não muito religiosamente, os Sopranos e, nos últimos tempos, Sete Palmos de Terra... No entanto, há uma semana atrás dei por mim a fazer a minha actividade preferida com o comando (zapping) e lá me deparei com o "nosso" Luís Jardim no "plateau" da Revolta dos Pastéis de Nata... Acompanhado pelo, sempre charmoso, João Gil e o vocalista dos Moonspell. Discutiam a música em Portugal... Como que haja alguma coisa para discutir... Deviam era todos chorar compulsivamente, em vez de gastarem o latim... Com a irreverência que lhe é característica, o Luís Jardim lá mandou as suas "bocas"... Eu só lhe posso dar razão, é difícil singrar como artista neste país... Aliás, começo a achar que é difícil singrar como seja o que for...
Desse programa guardei ainda a "serenidade" do vocalista dos moonspell... Ele tem um ar tão sossegadinho que custa a crer que é o mesmo todo de preto e com os olhos de DEMO a cantar músicas como NOCTURNA...
Confesso que para mim o momento áureo do programa foi quando o apresentador (que é uma "ganda" maluco) disse que nos açores existe uma banda de metal que se chama "morbid death"... Segundo consta, uma das músicas mais conhecidas dos meninos dá pelo nome de "immortality". Tudo bem até aqui, ñ fossem os moços de são miguel e tivessem um sotaque bem vincado... Um dia num concerto, um amigo do apresentador (sublinhe-se do continente) vira-se para ele no refrão da dita música e diz: "não percebo", "eu martelo em ti"?! Lol
É caso para dizer "ARRE QUE É BURRO"... LOL
Eu como "ilhéu" tenho que defender essa coisa tão nossa que é o nosso sotaque... Oh coisa "mai linda" que é trocar os "els" por "llhs"... Mau mesmo é quando uma pessoa vai a "cuba" e se sente um ET... Eu proponho o desafio: para quando um dicionário madeirense - português e vice-versa?! Então Porto Editora?! : )

Wednesday, August 10, 2005

A minha camada adiposa...

Após ler um comentário relativo aos problemas de peso de um rapazito, pensei: como eu o percebo... Coitado!!!
Durante os anos da minha "emigração" para Cuba, deparei-me com comentários mais ou menos depreciativos relativamente à expansão da minha camada adiposa... Digamos que o meu ego desceu muitas vezes ao subsolo e ficou por lá uns bons tempos...
Em bom madeirense, eu sempre fui "boazinha de dente"... Portanto, enquanto a vida me for amarga, haverá sempre um "bolinho" perto para me adoçar os dias...
Por vezes, certas expressões entram no nosso vocabulário comum e passam a fazer parte das nossas conversas...O mal é quando as outras pessoas ñ conhecem o contexto e se ofendem... Um destes dias sucedeu uma situação dessas!... Uma certa pessoa que depois de ter adpotado como frase preferida: "então era isso" resolveu, num momento de revolta, atirar a brilhante frase "o que tu queres sei eu"...O pior foi que a destinatária dessa expressão ñ deve ser propriamente uma espectadora assídua do Gato Fedorento...É caso para dizer: TÁ MALEEE, MALEEEEEEEEE!!! : )


Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
A cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente eu sei que vou te amar

E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Tom Jobim e Vinicius de Moraes

ADIAMENTO

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
(...)

ÁLVARO DE CAMPOS

NOITES ETERNAS...

No teu corpo sou una: vida e poesia!
Versos soltos, crença e heresia!...
Alma imberbe, sapiência e melancolia;
Luz primacial, noite, crepúsculo e dia…

Um pouco de nada, um resto de tudo…
Inverno, primavera, natal e Entrudo!...
Todos os seres, todas as cores…
A mulher que não ama e a que morre de amores!

Sou a poesia mais ecléctica,
O verso que emoldura a trova mais profética;
Porque tudo o que faço é por ti meu amigo…

Nesta alma que eu quero sempre a palpitar,
Do alto da sombra que se esconde no luar
Nas noites eternas passadas contigo…

ILUMINADOS

O amor tem feito coisas
Que até mesmo Deus duvida
Já curou desenganados
Já fechou tanta ferida
O amor junta os pedaços
Quando um coração se quebra
Mesmo que seja de aço
Mesmo que seja de pedra
Fica tão cicatrizado
Que ninguém diz que é colado
Foi assim que fez em mim
Foi assim que fez em nós
Esse amor iluminado...

IVAN LINS

A necessidade de fazer versos...

“O que é a necessidade de fazer versos senão
a vergonha de chorar?... O que é o desejo
de fazer arte senão o adultismo para brinquedos?”

Álvaro de Campos