Wednesday, March 29, 2006

Há um ano era assim...

Ser feliz?! Não mereço; não alcanço…
Ergo o mastro ao memorial desalento!...
Mas ainda assim não me canso
De me embrenhar neste tormento…

Acercando-me das bofetadas que me dão,
Ensandeço de dor, mas volto a outra face…
E doendo como um punhal no coração,
Imploro a um amor que me trespasse…

Oxalá eu cure as feridas no meu peito,
E ache no que Deus me dá o bem feito
Em cada dia triste em que me levanto…

Só eu sei quanta é minha tristeza
De saber em primavera a natureza
E cá dentro doer tanto, tanto, tanto…

Madeira, 29 de Março de 2005

Friday, March 24, 2006

Adeus

(Em honra ao poeta que inspirou o nome deste blog e que faz estremecer em mim cada palavra deste poema, como que saisse dos meus próprios lábios ou tivesse surgido por obra das minhas mãos...)

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Entre o ser e o parecer

Segundo me disseram no dia do meu aniversário, eu não aparento nada 24 anos... Lol
Fiquei a indagar: como se deve parecer uma pessoa para lhe darem 24 anos???
Acho que a melhor que ouvi foi: "Fazes no máximo uns 22"!!!! Lol
Espero que não tenha sido nenhuma piada à minha (i)maturidade, porque senão vou ficar deprimida... No entanto, e partindo do pressuposto de que pessoas que me conheciam há 3 dias não podem formular opiniões desse género, vou continuar na "alegre ignorância" a achar que vou parecer um baby até os 40 anos... Eu sei, já não devia acreditar no pai natal...

Thursday, March 09, 2006

E o dia do homem é quando?

Todos os anos é a mesma discussão: se o dia da mulher é dia 8 de março, o do homem é quando?
Os meninos lá dizem que o dia do homem é todos os dias (acham-se, coitados)!... Não, meus amigos, o dia do homem está estabelecido há muito... Excusam de se sentirem marginalizados!... Lol
É dia 4 de outubro:DIA INTERNACIONAL DO ANIMAL!!! Lol

Sunday, March 05, 2006

Smile



Smile though your heart is aching
Smile even though it's breaking
When there are clouds in the sky, you'll get by
If you smile through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll see the sun come shining through for you

Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile

That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile

Amadurecendo

De volta ao início de tudo; à genese da minha pessoa; aos espaços compartimentados na minha mente!... Voltei ao cantinho onde o tempo passa devagar e o silêncio impera... Sou a mesma, talvez mais desfeita dos sonhos, talvez mais "terra a terra", talvez mais consciente de que (sobre)viver custa...
Continuo certa daquilo que são as minhas ambições, as minhas expectativas e as minhas frustrações!...
Vou arcando com os meus fracassos, como que de vitórias se tratassem... Sei que cada batalha perdida me ensina a erguer a cabeça e a lutar por um dia melhor, por uma recompensa que foge...
Vou amadurecendo devagar, às minhas custas, sem nunca descurar daquilo que é a minha verdadeira essência enquanto pessoa!
Estou a lutar por ser feliz, como direito que a todos assiste!...
Em breve nova batalha se aproxima, nova prova se impõe... Eu acredito ser capaz de ir mais além, de triunfar ante o medo atroz de falhar!...
Sinto no meu coração essa necessidade premente de objectivos, de limites, de atingir o cume!... De ser a mulher independente e emancipada que delinei nos meus sonhos mais antigos...
Eu vou chegar lá, com coragem... Um dia...