Veneno
Provando uma gota do meu próprio veneno,
Semicerro os olhos enquanto me embriago…
Tu ganhas asas e um perfil mais sereno
Mas não de anjo, pois no meu corpo te trago! …
És um personagem em nada displicente!
Pareces saber por onde ir e que falar…
Arcas com o meu medo mais evidente:
Que tu me escapes quando acordar!
Te assemelhas a uma distante criatura,
E espelhas em mim tua candura,
Tão distantes são teus gestos de mim…
Abro os olhos e não te vislumbro mais!
Brisa primaveril nas sendas outonais,
Tão ermas são as estradas que me levam a ti!