Consumação
No meu pequeno mundo tudo está do avesso, mas ainda me olho e me reconheço! No meu pequeno mundo tudo é confuso mas ainda respiro, ainda que com sofreguidão… No meu interior volteja, com ira, um sentimento de desassossego. No entanto, paradoxalmente, sinto que afinal tudo está consumado, tudo faz sentido, tudo aconteceu tal como eu pensava que seria… Que adianta esperarmos o melhor de quem só nos faz prever o pior? De que serve viver na inquietude de uma mudança que não virá? As más pessoas serão sempre más pessoas e as pessoas ingénuas terão sempre a cabeça cheia de sonhos e balelas… Eu serei eternamente aquela que quer crer que no meio da maldade humana haverá algum bom sentimento, alguma verdade, algum perdão… Em quem acreditar senão nas pessoas, ainda que só nos encham de desalento?!
Sinto-me cheia de sensações confusas mas quero voar, não quero sentir que me prendem as asas, que me castram a minha autonomia…
Tem dias que sinto os olhos marejados de lágrimas e o peito cravado de espinhos, mas aquieto-me e rebusco no que me cerca alguma esperança… Tento reagir, pensar que um dia me será dado o justo valor, a justa recompensa… Tento justificar o que me dói, tento esconder o que me arranha por dentro mas não é fácil… Tem dias que me cerco de pequenas coisas, de pequenos “nadas” que me preencham… Busco a felicidade nas coisas mais pequenas para responder a este sentimento de vazio que pulsa cá dentro… Por vezes não acho os caminhos que me levem de encontro à coragem e sinto medo… Um mundo atroz de fraquejar, de sucumbir às amarguras da existência… Queria ser mais forte do que não sou, não me sentir uma mera figurante na minha vida mas a actriz principal…
Às vezes apetece desistir, baixar os braços e me entregar ao fracasso… Ainda assim, algo me impede… Quem sabe o orgulho, quem sabe a certeza de que seria um caminho a pique para o fundo do abismo…
Quem me resgata de mim e dos meus fantasmas? Quem me estende a mão e me mostra o caminho? Há uma solidão cá dentro onde navegam “navios fantasmas”, onde apenas existe tristeza e nada mais…
Queria sentir um aconchego, mas hoje sinto-me a única habitante deste planeta...
A experiência devia ensinar, mas ainda assim tenho que passar por este sentimento de perda de algo que não tive… Não tive, e não tenho, força para gritar, para me impor, para partir quando deveria ter partido… Devia ter quebrado em cacos a “réstia de esperança” de que tudo fosse diferente ou pelo menos “não tão igual” ao passado…Devia ter virado a mesa, ter despejado os “ses”, os “mas” e os “porquês”…
Porque não sou capaz de me expressar, de dizer que estou em estilhaços?... Porque não fui capaz de dizer que as minhas reservas tinham uma razão?... Sei demais, sempre soube coisas demais para poder ignorar as consequências… Que se faz quando sabemos que, mais tarde ou mais cedo, vamos dar razão às pessoas que nos avisaram dos perigos?...
Não há qualquer quid pro quo, a verdade veio ao de cima e não posso simplesmente ignorar…
Resta-me remar para longe deste cais, dizer adeus a quem fica, e não voltar nunca NUNCA MAIS…
Sinto-me cheia de sensações confusas mas quero voar, não quero sentir que me prendem as asas, que me castram a minha autonomia…
Tem dias que sinto os olhos marejados de lágrimas e o peito cravado de espinhos, mas aquieto-me e rebusco no que me cerca alguma esperança… Tento reagir, pensar que um dia me será dado o justo valor, a justa recompensa… Tento justificar o que me dói, tento esconder o que me arranha por dentro mas não é fácil… Tem dias que me cerco de pequenas coisas, de pequenos “nadas” que me preencham… Busco a felicidade nas coisas mais pequenas para responder a este sentimento de vazio que pulsa cá dentro… Por vezes não acho os caminhos que me levem de encontro à coragem e sinto medo… Um mundo atroz de fraquejar, de sucumbir às amarguras da existência… Queria ser mais forte do que não sou, não me sentir uma mera figurante na minha vida mas a actriz principal…
Às vezes apetece desistir, baixar os braços e me entregar ao fracasso… Ainda assim, algo me impede… Quem sabe o orgulho, quem sabe a certeza de que seria um caminho a pique para o fundo do abismo…
Quem me resgata de mim e dos meus fantasmas? Quem me estende a mão e me mostra o caminho? Há uma solidão cá dentro onde navegam “navios fantasmas”, onde apenas existe tristeza e nada mais…
Queria sentir um aconchego, mas hoje sinto-me a única habitante deste planeta...
A experiência devia ensinar, mas ainda assim tenho que passar por este sentimento de perda de algo que não tive… Não tive, e não tenho, força para gritar, para me impor, para partir quando deveria ter partido… Devia ter quebrado em cacos a “réstia de esperança” de que tudo fosse diferente ou pelo menos “não tão igual” ao passado…Devia ter virado a mesa, ter despejado os “ses”, os “mas” e os “porquês”…
Porque não sou capaz de me expressar, de dizer que estou em estilhaços?... Porque não fui capaz de dizer que as minhas reservas tinham uma razão?... Sei demais, sempre soube coisas demais para poder ignorar as consequências… Que se faz quando sabemos que, mais tarde ou mais cedo, vamos dar razão às pessoas que nos avisaram dos perigos?...
Não há qualquer quid pro quo, a verdade veio ao de cima e não posso simplesmente ignorar…
Resta-me remar para longe deste cais, dizer adeus a quem fica, e não voltar nunca NUNCA MAIS…
(Dedicado à L., ao S., à T. e a todos os que partilham comigo tantos sentimentos "difíceis"... Acima de tudo, por dividirmos este sonho comum: o de que, um dia, alguém nos dê o devido valor e nos aceite como somos!...)